terça-feira, 21 de setembro de 2010

Garantias Azuis

A 5ª jornada da Liga traz-nos mais uma vitória azul. A 5ª desta época para o Campeonato, a 9ª consecutiva desde que Villas-Boas assumiu o comando da nossa equipa. Sem fazer um jogo vistoso, o F.C. Porto acaba por conseguir um jogo eficaz (o penalty falhado será talvez a excepção). Marca quando tem que marcar, a filosofia da equipa é prática - como tem que ser em jogos complicados deste calibre -, os jogadores sabem o papel de cada um e parece existir, acima de tudo, uma cumplicidade crescente entre os elementos da equipa.

Helton continua bem. Ontem não foi obrigado a trabalhos de maior. O Nacional rematou por 8 vezes à baliza do FC Porto, mas nenhum dos remates acertou no alvo. Não sei se mais alguma equipa esta época o terá feito, incluindo o Braga. A questão é que o Nacional não chega sequer a acertar na baliza uma única vez, o que me leva a questionar a opinião dos comentadores da TVI, que criticam a atitude da equipa do Nacional, segundo eles distinta em dois jogos. Digamos apenas que a diferença, no meu entender, está naquilo que uns jogam e não deixam jogar, enquanto outros não jogam e deixam jogar. Aliás, este Nacional não é uma equipa transcendente e as três derrotas consecutivas atestam isso mesmo.

A nossa defesa continua a ser talvez o ponto que mais treme. Não me espanta, pois Maicon está ainda em fase de afirmação na defesa (não se tem saído nada mal!) e de entendimento com Rolando. Sapunaru é esforçado, melhor no choque, mas continua a ser talvez o ponto fraco desta defesa. E Álvaro Pereira continua a atacar bem mas, talvez, a necessitar que André Villas-Boas coloque alguma água na fervura na sua confiança, que começa a ser excessiva e a proporcionar alguns erros defensivos.

No meio campo, João Moutinho com a sua entrega, simplicidade e, acima de tudo, qualidade, é o ponto de equilíbrio entre um Fernando gigante e um Belluschi que, pessoalmente, me encanta cada vez mais a cada jogo que passa. O toque de bola, a qualidade no passe, a capacidade como muda o flanco de jogo com uma precisão impressionante e a forma como ocupa os espaços nas costas dos três avançados, faz do argentino um jogador cada vez mais importante na equipa. Uma palavra também para Micael e Souza, que mostram humildade suficiente para entrar em campo o tempo que o treinador entende e encarar os poucos minutos que jogam com a mesma seriedade que já os vimos encarar 90'!

Na frente, Falcão necessita claramente marcar alguns penaltys com o resultado decidido. É que depois dos falhanços da época passada, creio que colocar um jogador tão intermitente a marcar um penalty a 5 minutos do intervalo, que nos poderia ter dado a tranquilidade do 0-2 antes do intervalo, não terá sido a melhor opção. Hulk talvez fosse uma opção mais viável. Entendo a vontade de Villas-Boas devolver a confiança e os golos ao Falcão, mas creio que terá sido arriscado e, pessoalmente, não o faria. Mas em entrega ao jogo e luta, o colombiano não deixa créditos por mãos alheias e dá "água pela barba" a todos os centrais que pela frente lhe surgem. Luta até não poder mais e falta-lhe um ou dois golos seguidos para voltar à eficácia e confiança do ano passado. Nas linhas, Varela continua um transportador de jogo nato e Hulk, por muito que ande desaparecido (ontem foi dos mais discretos em campo), é... o Incrível! A forma como recupera a bola e arranca para a linha de fundo é impressionante. Está claramente mais jogador de equipa, porque o Hulk que chegou ao F.C. Porto nunca iria fazer um passe atrasado, ia tentar passar por toda a gente que lhe aparecesse à frente. É isto que se espera de Hulk, que de um momento para o outro faça a diferença, seja a assistir, seja a marcar!

Mais duas palavras, bastante rápidas, sobre dois assuntos que não têm necessariamente a ver com aspectos tácticos ou colectivos da Nossa equipa. Por um lado, quero realçar a primeira vez que me lembro de Bruno Paixão arbitrar um jogo do F.C. Porto sem termos motivos de queixa (não vi ainda o lance do suposto penalty para o Nacional, mas pelos vistos até teremos por uma vez na vida motivos para agradecer a esta tentativa de árbitro de futebol). Por outro lado, continuo a assistir a um claro clubismo puro da parte da comunicação social! Por um lado, o Nacional, que claramente não tinha capacidade para mais e que não jogou por aí além nos dois jogos que venceu para a Liga, nas palavras dos comentadores da TVI parecia o favorito e com obrigação de ganhar o jogo! E a constante tentativa de fazer João Moutinho falar sobre o Sporting já começa a ser uma aberração! O Homem está no Porto, o Sporting é passado! O que vale é que o nosso gabinete de comunicação não perde as qualidades que nele me impressionam e Moutinho também não é propriamente burro, como os jornalistas o tentam fazer! Depois de confundirem o Falcão com um miúdo argentino de um clube da capital, agora só lhes faltou chorar por causa da derrota caseira do Nacional. Podiam, pelo menos, ser profissionais e esconder a "clubite" que os assola enquanto trabalham.

E assim segue a nossa caminhada, até que a confiança excessiva nos traia. É que, sinceramente, não vejo equipa alguma que nos consiga derrotar pela qualidade!

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