segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A máquina continua!

Sexta jornada, sexta vitória! Num ritmo impressionante, o Dragão continua a incendiar quem no seu caminho se cruza! É um FC Porto cada vez mais mecanizado, mais oleado, que apresenta mais soluções e, como foi possível observar no último sábado, mais adulto. E com um treinador que vê o jogo a cada passo e com objectivos bem definidos, pensando sempre à frente do momento, esta equipa pode ir longe. Villas-Boas está sempre um passo à frente do momento de cada jogo e a forma como mexe na equipa permite-lhe mandar no jogo - aliado, claro está, ao trabalho que desenvolve com cada um durante a semana e com a qualidade da matéria-prima que tem à sua disposição!

Começando pelo início, o ponto de partida para qualquer análise sustentada, o Porto apresentou-se frente à Olhanense (que até à data, em 5 jogos, tinha apenas um golo sofrido, próximo do minuto 90 em Coimbra) com duas alterações naquela que tem sido a sua base: Fucile no lugar de Sapunaru, que ficou de fora da convocatória, e Otamendi no lugar de Maicon. Para cada uma destas alterações, na minha opinião, duas justificações distintas: No caso do lado direito, o adversário e o facto de o jogo ser em casa, propiciavam esta alteração. Villas-Boas vaticinara um adversário fechado no Dragão, logo, Fucile com as suas incursões pelo flanco direito seria muito mais útil à equipa do que o internacional romeno. Por outro lado, creio que o retorno de Sapunaru ao 11 na Bulgária será natural, por isso alguma gestão física da condição do lateral direito que mais jogos tem feito também terá sido importante. Já no caso do central argentino, não será de todo de colocar de parte que tenha entrado na equipa para ficar. Pelas conversas que tenho mantido com alguns adeptos, concordo que é uma pena retirar o brasileiro da equipa inicial. Contudo, não creio que Maicon seja ainda um jogador que ofereça as garantias de Rolando e Otamendi. Tem um potencial imenso - é forte no ar, rápido, fisicamente imperial, bom na marcação, mas falta-lhe (ainda) a serenidade natural de Rolando e a capacidade de análise que a maturidade de Otamendi (apesar dos seus 22 anos) lhe permite. Maicon é um grande central em potência, sim, tem jogado bem, indiscutivelmente, não merecia sair da equipa, mas... a pensar nas garantias do colectivo, Villas-Boas talvez passe a optar pelo argentino. Como adepto e admirador do trabalho que o jovem treinador português tem desenvolvido, seja qual for a decisão que o treinador tome, estou confiante que será a melhor para os objectivos da equipa.

Deixo também uma palavra para a estreia do central argentino. Ele que já disse que quer triunfar de dragão ao peito e, pelo que rezam as crónicas, é um líder dentro do campo, estreou-se a marcar de dragão ao peito! Um bom prenúncio, espero eu, para um jogador de quem os adeptos portistas muito aguardam!

Analisando o jogo propriamente dito, há detalhes que saltam à vista. Desde logo, um Hulk gigante, cheio de força, impressionante no arranque, no choque, na entrega que tem ao jogo! Arrasta consigo três ou quatro adversários e, mais ainda, consegue derrubá-los! Muita da irreverência deste dragão passa pelo nosso 12!
O meio-campo continua a funcionar bem, com Fernando a recuperar a bola bem mais à frente do que acontecia nos últimos anos, com Moutinho a permitir esse adiantamento do nosso médio mais recuado através da sua inteligência e posicionamento em campo. O nosso 8 é aliás, no meu entender, um dos grandes factores de equilíbrio e tranquilidade da equipa. Mais ainda, é o responsável pelas acelerações e abrandamentos da equipa. Joga, faz jogar, finta, passa, recupera bolas e ainda remata! Um verdadeiro 8, um craque daqueles discretos mas que faz toda a diferença numa equipa. De Belluschi já nem vou falar porque o nosso 7 continua a ser das unidades que mais me deixa impressionado nesta equipa!

A nível defensivo só podemos analisar este jogo pelo que o FCP não deixou a Olhanense fazer. A pressão na frente, a capacidade de a equipa não deixar o adversário sair e de tapar todos os perigos logo à saída do meio campo adversário são em grande parte resultado da pressão alta que André Villas-Boas implementou na sua equipa desde o início da época. Com naturalidade, resultado dos 2 golos marcados, somos já também a melhor defesa da competição.

O jogo, se analisado friamente, reduz-se a uma primeira parte avassaladora do Porto, em que poderia ter marcado 4 ou 5 golos, com um Hulk arrasador, e uma segunda parte de clara gestão, que pode não ter sido tão agradável para quem foi ao estádio, mas tê-lo-à sido certamente para uma equipa que tem agora deslocações a Sofia e a Guimarães e precisava de 45 minutos de gestão a uma velocidade de cruzeiro, de descansar com bola e mostrar que já é uma equipa adulta quando tem que ser. A 2ª parte não me impressionou pelo espectáculo, mas pela maturidade que a equipa demonstrou dentro do campo e, sinceramente, não esperava ver tão cedo!

Uma última palavra ainda para o impressionante arranque da nossa equipa! 6 jogos no campeonato, 6 vitórias, deixando já os segundos (Académica, Braga e Guimarães) a 7 pontos, um suposto candidato ao título a 9 pontos (metade dos disputados) e outro a 10! Parece-me, no mínimo, significativo! Na realidade, sou obrigado a considerar, para um treinador com pouco mais de 3 meses de trabalho, para uma equipa renovada, com novos princípios de jogo, que esta diferença é... impressionante!!

Um comentário:

  1. eh pah, não consigo ser tão optimista como tu. Controlamos a segunda parte, mas se bem me lembro por duas vezes na segunda parte eles podiam ter marcado, se tivessem posto mais um jogador na área em determinadas situações...

    É um se se se se, eu sei, mas mesmo assim...

    Também gostei muito do Otamendi. Nem parecia o primeiro jogo dele. E Moutinho esteve fantástico, de facto.

    Abraço!

    ResponderExcluir